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A GRANDE VIAGEM PELO UNIVERSO

  • Foto do escritor: Salvador Araújo
    Salvador Araújo
  • 30 de mai. de 2023
  • 4 min de leitura

O leitor gosta de Ciência? Que tal a História da origem da vida na Terra? Esse assunto aguça a mente de qualquer ser humano inteligente. E um leitor não pode se furtar ao tema, quaisquer que sejam suas convicções. Aliás, quais são as suas convicções, leitor? Será que você tem alguma, ou tudo também não passa de hipóteses em sua mente? Se for assim, estamos no mesmo estágio de evolução.


Pensando bem, não é extravagância colocar em dois planos paralelos as duas teorias dominantes: a primeira é a mais famosa — o primeiro homem foi moldado do barro por um ser superior —, a segunda é a possibilidade de a vida ter vindo parar aqui com a grande explosão a que nos acostumamos a chamar de “Big Bang”. Provavelmente não exista, hoje, nenhum ser humano, com capacidade de raciocínio, que nunca tenha ouvido falar de pelo menos uma dessas teorias. Melhor ainda, é difícil encontrar alguém que não acredite em uma delas. Você já fez sua escolha, leitor? É bom que vá se preparando. Estou certo de que, no decorrer desta nossa telepática conferência, surgirá um segundo impasse: estaria o cronista confrontando uma Teoria Científica com a Teoria da Origem Divina?


Então eu perguntaria: Por que somente a teoria da criação pelo barro é chamada de “Divina”? Não se poderia considerar divina também a criação do homem por meio de estágios evolutivos: forma tão mais inteligente e possível? Deve haver, no mínimo, um erro de denominação. Vamos procurá-lo, leitor? Até o ponto final deste texto, quem sabe acabaremos por descobrir que há, na verdade, apenas uma teoria!?


Afirmar que o homem tenha se formado do barro, não significa negar os raciocínios sofisticados da evolução. Tal afirmativa é apenas um atalho, um resumo do que seria nossa grande saga pelo Universo afora. Mas não fiquemos na ilusão de que o barro a que se refere a teoria seja o resultado de uma simples mistura de terra com água. Além do mais, não bastou que se moldasse o ser, foi preciso que ele fosse “bafejado”. Sabe-se que os elementos formadores do nosso corpo, ou já estão prontos na natureza, ou são criados por nosso metabolismo. Mas tudo vem da terra ou da água: os dois elementos básicos do barro. O problema é explicar o “bafejo”.


Então, leitor, restam-nos apenas curiosidades do tipo: Será que o ato artesanal se deu aqui na Terra? Nesse caso, nosso planeta é o centro da vida! Mas, se não fomos modelados aqui, de onde viemos? E, se viemos de algum lugar, para onde iremos? Quando e como se dará nossa viagem? O que será de nós depois?... Caramba!... Será que nós dois não estamos indo longe demais, leitor!?


Mas, calma lá, calma lá!... Tentar responder a essas indagações não é negar a existência do Criador, uma vez que Ele se confunde com a própria Ciência. Tudo isso pode estar acontecendo em decorrência de uma ordem Sua. Entretanto, as informações que acumulamos até o estágio atual são muito limitadas para explicar algo sem princípio e que jamais terá fim. Então aceitemos que tudo esteja acontecendo por meio de ciclos. Vamos partir de um dado momento universal. Venha comigo:


O material biológico de que somos formados estava num corpo celeste, que vou chamar de primitivo. Esse corpo sofreu uma violenta explosão, o que fez seu conteúdo se espalhar por todo o Universo. Grande parte desse material se perdeu por ter caído em lugares inóspitos. Mas outra grande quantidade vingou, pelo fato de ter ido parar em ambientes adequados; um deles, a Terra. E, considerando-se a imensidão do Cosmo, pode-se prever, ainda, que muita matéria primitiva esteja voando espaço afora, aglutinada em outros corpos. Mas — atenção, leitor! —, com esse raciocínio, temos de considerar que parte da substância da vida também tenha encontrado outros mundos, ainda que em distâncias colossais de nós.


Não se pode esquecer, também, que, com essa teoria, confirma-se o seguinte axioma: “Do mesmo modo como chegamos, iremos embora daqui!” E não seremos os culpados: o fim já está definido. A natureza do Universo vai mudando, mesmo que muito devagar. Um espetacular mecanismo, alheio às vontades dos homens, parece funcionar dia e noite, alterando paulatinamente a natureza das coisas. Esse evento monumental vai contribuindo para que a vida não seja eterna em nenhum lugar em especial. Ela só é infinita no tempo; porque, em algum lugar, ela sempre estará presente, venha de onde vier! Provavelmente, leitor, pelo menos uma de suas células poderá vir a habitar Júpiter um dia! Isso não é maravilhoso!? Você será eterno, mesmo estando, em partículas, espalhado por vários mundos! E isso se dará com o próximo Big Bang.


Você me pergunta como poderá acontecer?... Sou apenas um cronista, leitor; e nem sei se dos melhores. Mas a Ciência afirma que o sol se expandirá, englobando os planetas próximos dele — inclusive a Terra — até se explodir. Assim, todo o material biológico aqui presente voará pelo espaço e atingirá outros mundos distantes. Então tudo recomeçará para, depois, desfazer-se de novo! E será assim pelo espaço-tempo afora: haverá sempre um recomeço que, após alguns bilhões de anos de harmonia, desmanchar-se-á em novo e irremediável fim. O homem habitará outros mundos; depois, outros; e outros mais... A vida se eternizará nessa viagem fantástica pelo Universo, de explosão em explosão. Por todos os séculos e séculos, sem fim. Amém!...


Ah, leitor! Que sensação estranha me deu o final do parágrafo anterior! Esqueça tudo que eu lhe disse. É mais cômodo acreditar que o homem tenha vindo mesmo do barro e pronto! Não se devem buscar explicações para isso. Porque, assim, evitaremos refletir sobre a possibilidade de a Terra vir a desaparecer um dia, em virtude de uma monumental explosão. Vamos tomar um café?


Texto publicado pelo autor, em 2012, no livro “A felicidade se faz de coisas possíveis”, pp. 25-29.


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